Há uma lenda que diz que as mulheres com dores de amor deixam cartas escritas em Verona para Julieta (aquela famosa heroína criada por Shakespeare no século XVI) e as mesmas são respondidas, supostamente, pela própria Julieta, dando conselhos amorosos, tentando secar algumas lágrimas e dando esperanças a corações partidos. Dedicadas à tarefa de dar um destino final as cartas, uma viúva, uma senhora abandonada pelo marido e uma jovem sonhadora, se reúnem todos os dias para colocarem um pouco de conforto as mágoas descritas perante o muro.
E em meio a todos esses enlaces amorosos chega a Verona para sua pré-lua-de-mel o casal Sophia (Amanda Seyfried) e Victor (Gael García Bernal). Ela é uma aspirante escritora e ele se prepara para abrir seu primeiro restaurante. Mas Victor está muito mais interessado em encontrar fornecedores para seu empreendimento comercial que acaba deixando seu relacionamento com Sophia de lado, ela, por sua vez, descobre uma inusitada e improvável fonte para extravasar seu romance: se juntar aquele grupo de voluntárias que respondem as cartas para Julieta.
Sophia responde uma carta datada de 1951 que veio de uma inglesa chamada Claire Smith (Vanessa Redgrave). Ela se apaixonou por um jovem italiano em sua juventude, mas deixou escapar a oportunidade devido à distância. Para a surpresa de Sofia, sua carta inspira Claire, agora uma avó, para viajar até Verona, em busca de seu amor há muito perdido, acompanhada de seu neto Charlie (Christopher Egan). Com Victor ocupado na sua busca por vinhos e massas, Sophia, Charlie e Claire vasculham os belos campos italianos em busca desse amor do passado.
É de se esperar que Sophia e Charlie se apaixonem e lutem desesperadamente para não viverem esse amor, ela por estar noiva e ele por ser um chato, que não acredita no amor, somente nos negócios. Mas as transformações dos personagens no decorrer do filme, onde um vai se moldando ao outro, ele se tornando mais amável e ela se permitindo se deixar amar de verdade, nos dão a verdadeira dimensão de que o amor acontece de forma inesperada e que pode mudar as pessoas. Mas assim como acontece com sua avó Charlie renúncia esse amor e deixa Sophia partir.
E se você tivesse uma segunda chance para encontrar seu verdadeiro amor? A segunda chance acontece e os dois se entregam a essa paixão. Todos nós esperamos um grande amor que venha nos tirar dessa vida comum e nos transforme, nos eleve e nos mude. Mas poucos estão dispostos a pagar o preço que é amar. Não há garantias. Não há contratos, mas existem momentos que, sinceramente, valem por uma vida inteira. O amor precisa ser regado, cultivado, guardado como jóia rara. Ele é forte, mas é muito frágil. E depois de trincado não há cola que solde. A maior história de amor já contada é a sua.
Cartas para Julieta foi escrita pelo indicado ao Oscar Jose Rivera (Diários de Motocicleta) e dirigida por Gary Winick (De Repente 30 e A Menina e o Porquinho). É um filme cheio de clichês: o amado chegando em um cavalo (não branco, necessariamente, mas um cavalo), um balcão e um amor (quase) impossível. Mas as paisagens da região da Toscana na Itália são de tirar o fôlego.
É um excelente filme e bastante emocionante. Consegue prender o espectador nas duas histórias paralelas se desenvolve, além da bela mensagem (sempre dita, mas nunca seguida) onde reencontrar o seu grande amor nunca se é tarde demais. Lindo filme.
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